Dor

“Em homenagem a memória do meu querido irmão Lourival”

DOR

Me feri a carne e não senti. E pela ultima vez chorei, ao lado do meu melhor amigo. Sim chorei como choramos juntos há um mês atrás . Sim o mesmo motivo, o mesmo maldito motivo que fez Jesus chorar, e que se já não te fez chorar um dia fará chorar.

Sim ela que nunca se atrasa, e que quase sempre achamos que esta adiantada. Ela sempre certeira com sua foice. Que leva uns e deixam outros a chorar. Com feridas, não na carne, mas feridas na alma, que nunca irão cicatrizar. Feridas que tentamos esquecer, mas que sempre voltam e novamente choramos. Sim choramos porque um dia amamos, porque um dia sorrimos juntos; choramos porque uma parte importante de nos se foi e não mais ira voltar. Só nos cabe aceitar, e esperar, mesmo sofrendo, mesmo chorando.

Sim acredito que como diz a canção... “Qualquer dia amigo agente vai se encontrar”. Porque se não acreditasse, eu também morreria meu amigo. Sim meu irmão eu morreria de tristeza, morreria de chorar, de saber que nunca mais iria poder te olhar nos olhos e te abraçar, como imaginei que faria depois daquele telefonema, e daquele pequeno corte no dedo.

Sim corri para sua casa descalço, desesperado, querendo te encontrar e te abraçar, mas você não estava mais lá e nunca mais iria voltar. Esse abraço te darei meu amigo, meu irmão, assim que Deus o todo poderoso, a quem entregamos nossa alma se disfarçar novamente em morte e me levar.

                                         (José Marcio da Silva Só)