sexta-feira, 13 de março de 2009

A Igreja, as Cruzadas, o Holocausto... e o Inferno


"Vós sois valentes e fortes, combatereis; nós sofreremos como o Cristo e faremos a conquista do céu", Com esta frase a Igreja Católica Romana, por 200 anos seguidos, induziu os cristãos a tomar a "Terra Santa" dos árabes, seus legítimos donos, através de guerras, roubos e crimes em nome de Deus. - judeus e muçulmanos, mulheres e crianças - ninguém era poupado pelos "Soldados de Deus" .
A Igreja de Roma idealizou e patrocinou as Cruzadas - a "Guerra Santa", prometendo a quem lutasse um lugar no Paraíso depois de sua morte, além de bens materiais, o que levava todos e cada um a atacar sem piedade os povos do Oriente Médio, a invadir suas cidades, a saquear suas riquezas, a destruir sua cultura e assim conseguir assassinar mais de 1 milhão de pessoas - a maioria, inocentes.
A loucura de possuir era tamanha, que haviam Cruzadas paralelas ás da Igreja, compostas de pobres e miseráveis que também queriam seu lugar no céu - e riquezas na Terra. Uma destas foi organizada por um menino de 12 anos, que conseguiu juntar 31 mil crianças alemãs e 20.000 francesas - grande parte mortas no caminho pela fome e o cansaço - nenhuma conseguiu chegar a Palestina ou Jerusalém ou retornar à seus pais com 1 tostão nas mãos manchadas de sangue - mas quem se importava?

Em grego antigo, Holocausto quer dizer "Todo Queimado", em "Nazismo" quer dizer "Cremação dos corpos para ocultação de provas" - imagino. Segundo dados históricos, morreram 50 milhões de pessoas na Segunda Guerra Mundial - e cerca de 6 a 7 milhões foram exterminados.
Nos campos de extermínios, como o de Auschwitz, podem ter sido mortos 1 milhão e 600 mil pessoas, em Belzec 736 mil; 890 mil em Chelmno, 890 mil em Majdanek, 900 mil em Sobibór, em Treblinka 1 milhão e 200 mil , 700 mil em Maly Trostenets... sendo 95% desse total, judeus. Quase a totalidade da população judaica da Polónia, por exemplo, foi assassinada nestes campos. Quando as forças armadas soviéticas chegaram ali, em 1944, os campos foram fechados pelos naziatas, os fornos crematórios inutilizados, os restos das vítimas cremados e as cinzas lançadas na atmosfera por imensos ventiladores - na esperança de que o ocorrido ali fosse ocultado dos olhos do mundo. Inutilmente, pelo bem da humanidade..

Em 1970, na Suíça, foi fundada a Fraternidade Sacerdotal São Pio X -FSSPX, pelo arcebispo Marcel Lefebvre e um grupo católico de extrema-direita, com a finalidade de formar padres e apostolados segundo a forma tradicional, isto é, opondo-se às reformas feitas no Concílio Vaticano II, como o abandono da doutrina que atribuía aos judeus a responsabilidade pela morte de Cristo. Esse grupo - que existe em 32 países, inclusive o Brasil e que rompeu com o Vaticano em 1988, tem como anti-doutrinais o ecumenismo e a liberdade religiosa e crê que os princípios do Concílio representam um desvio da Igreja em direção ao protestantismo e ao socialismo, e afirma: “Quem quiser ser salvo deve, acima de tudo, apegar-se à fé Católica: aquele que não a guarda íntegra e inviolavelmente sem dúvida perecerá por toda eternidade”.

Em 22 de Janeiro deste ano, o bispo Rihcard Williamson afirmou , baseado em “investigações” que fez; não acreditar "que tivessem existido câmaras de gás durante a II Guerra e que achava que somente e 200 mil e 300 mil judeus teriam morrido nos campos de concentração, e que, desses, nem um só morreu em câmaras de gás”.

Em 24 de janeiro, num ato de “paz e misericórdia”, conforme disse, o atual Papa Bento suspendeu a excomunhão de Richard Williamson e de três outros bispos, na esperança de curar um cisma de 20 anos - os quatro bispos haviam sido expulsos da Igreja após serem consagrados sem a permissão do Papa João Paulo II - o João de Deus. Richard é membro da FSSPX e foi ordenado por Lefebvre.

Hoje, o Papa Bento diz "sentir uma profunda dor por causa da "hostilidade e ódio" que alguns católicos lhe dirigiram depois de ele readmitir na Igreja o bispo que nega o Holocausto e defendeu sua decisão de iniciar um procedimento para readmitir a tradicionalista Sociedade de São Pio X (SSPX) no seio da Igreja, rejeitando as acusações de que estaria tentando fazer "o relógio andar para trás".
Disse que a polêmica envolvendo Williamson e a negação do Holocausto foi "um tropeço imprevisto" que ofuscou sua intenção de cicatrizar feridas na Igreja. O Papa Bento "lamentou" que a sociedade moderna aparentemente precise sempre de alguém para odiar.
Em sua carta ao episcopado mundial, disse que alguns problemas poderiam ter sido previstos se o Vaticano usasse mais a Internet para checar os antecedentes das pessoas.

Sim, nisto o Papa tem razão absoluta. Deve sair um pouco do Vaticano e perambular pela internet; então vai perceber que bilhões de pessoas em todo o mundo tem com a Igreja de Roma a mesma tolerância e piedade que ela teve com os judeus, os muçulmanos, os facistas, os nazistas...

Mas ela é valente e forte, combaterá; nós, os “cristãos”, sofreremos como o Cristo e, apesar dela, insistiremos em conquistar um pedacinho de céu.

A pergunta é: será que isso ainda é possível ?!

Vera L Silva

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