SINTONIZANDO A DIVINDADE INTERIOR: instantes de reflexão
Muitas são as atribulações que nos acometem todos os dias. Preocupações, medo, ansiedade, desejo eminente de controlar o futuro. Inúmeras são as vezes que nos percebemos perdidos em um passado remoto, repleto de incompletudes, ou ansiando, por meio de nossos desejos individualistas, construir o futuro conforme nossa noção de verdade.
Frequentes também são as frustrações, a instabilidade, a tristeza, a nossa incapacidade de enxergarmos além de nos mesmos, além da nossa realidade particular. Com isso, delineamos um real de certeza sobre como devem ser os acontecimentos, as reações alheias, a resultante de nossas ações.
Dessa forma, diárias são também as frustrações, posto que a busca pela completude, pela felicidade plena e constante jamais é atingida em sua plenitude. Conseguimos sim, momentos de felicidade, mas nunca uma sensação edificante, motivadora, reestruturante, pois buscamos nos completar na incompletude do outro, na idealização, na aspiração de atitudes que nem mesmo nós somos capazes de tomar. Constantemente, buscamos nos realizar com algo exterior, um salário mais alto, um cargo de maior autoridade, mais empregos, mais dinheiro, a superação de si mesmo e principalmente a superação dos outros. Os outros que estão dentro e fora de nós. Os outros que são parte da outricidade que deveria me completar, mas que normalmente dilacera, esfacela minha autonomia diante de mim mesmo e de como eu deveria me sentir diante das pessoas e das situações.
E, em meio a tanto trabalho, a tantas tribulações que perpassam nossa existência terrena, nos focamos em vários tempos, mas raramente estamos no tempo presente, encarando-o como uma dádiva, que ao ser constituído por ações, pensamentos, frequências, desejos, e persistência, funcionará como uma base estruturante para consolidação de um futuro, talvez, e muitas vezes, não da forma que o imaginamos, mas da forma que o emitimos para o universo.
O futuro aqui, não é algo manipulável apenas por um desejo extremo, centrado em um eu autônomo, desvinculado de suas emoções e dos corpos que o constituem, mas sim, enquanto um efeito, uma resultante de posturas que tomamos no presente, frequências que emitimos. Destarte, vamos selecionando, dentre as infinitas possibilidades, caminhos, que nos conduzirão a determinadas respostas e não outras.
Dessa maneira, vivemos como se fossemos de ferro, como se colecionar angústias, preocupações, desejo de sempre ter mais, insatisfação consigo mesmo, com as coisas e as pessoas, fossem as únicas frequências a nos constituírem, pois precisamos ser fortes, precisamos ter dinheiro, precisamos ter status, precisamos sempre de mais. E por isso, não há tempo para apreciar coisas simples, grande é o barulho que existe dentro e fora de nós.
Esquecemo-nos, de olhar para dentro, de buscar emitir uma frequência que emane paz. Esquecemo-nos porque já não conseguimos silenciar os gritos que ecoam na alma, porque muitas vezes as frustrações são grandes demais. Sensação de vazio, solidão, medo, pânico, insônia...
Imensa é a necessidade de sermos protegidos, mas não podemos sentir, estamos sempre muito ocupados protegendo, algo ou alguém. A pessoa a quem julgamos que amamos, a posição no trabalho que é muito importante, a relação de poder, o desejo de sobressair ao outro, seja em uma conversa formal, seja em uma discussão em casa... Queremos sempre mostrar que somos os melhores.
Melhores, sim! Talvez realmente sejamos muito bons. Mas o questionamento que não fazemos é: somos bons em quê? Bons em denegrir a imagens dos outros, em minar nossa alto-estima, em crer que Deus fará tudo, que basta pedir e ter fé? Bons em não nos movermos para alcançarmos uma evolução no sentido literal da palavra?
Desejamos ser bons, mas nem sempre o somos. Desejamos ter bens materiais, mas apesar das frequentes lutas, por mais que ganhemos, nunca é o suficiente, pois somos consumistas, então quanto mais se ganha, mais se gasta e a vida se resume a uma luta frenética para conseguir pagar as contas. Contas materiais, contas cármicas que vamos acumulando ao longo dessa caminhada irreflexiva, sendo levados pela maré, sendo empurrados não pelo que necessitamos, mas pelo que é selecionado pela maioria como sendo o ideal. Com isso, a essência se perde. Vamos esquecendo nossas habilidades, nossos reais anseios, nossos desejos originais, quem somos e porque estamos aqui.
E assim, a tristeza se instala, quando encontra espaço vazio demais. Quando nos comportamos de forma inflexível, quando nos consideramos donos da verdade universal, quando importa o que eu quero e não como as coisas de fato são.
O vício da auto-piedade se fortalece e ganha força, quando não conseguimos enxergar as possibilidades e ignoramos que somos uma criação do SENHOR DO UNIVERSO e que, portanto, ele não está fora, mas está dentro de nós, pois temos sua essência em nosso ser.
A incerteza aumenta, quando não temos certeza do que realmente desejamos e por isso, qualquer caminho parece perigoso demais. Então, nos tornamos dependentes da compaixão alheia. Passamos a nos nutrir então, não da fonte universal, mas dos intensos picos de frequências emocionais que, apesar de causarem dor, anestesiam e dopam e dão uma anuência de não precisar fazer mais nada, pois a piedade alheia torna-se migalhas que satisfazem, mas ao mesmo tempo sufocam que aconchegam e inquietam. Tudo isso ocorre, porque escolhemos ignorar quem somos, o que somos e o porquê estamos aqui.
Talvez o caminho não esteja nos livros, nem nas terapias, ou nos excessos de medicação ingeridos a cada dia. Talvez a solução esteja dentro de nós. É preciso parar alguns instantes de olhar para si enquanto um ser autossuficiente e buscar encontrar o seu eu superior. A parte divina que está guardada, adormecida dentro de nós.
Afinal, o que vale, não é o que atingimos aqui nesse planeta, mas como fizemos o percurso, como interpretamos e sentimos cada situação, como isso se constrói dentro de nós e é partilhado com o universo sob a forma de energia. Centre seu amor no PAI e mentalize para que ele o distribua da melhor maneira sob a forma de uma frequência que seja capaz de transformar, motivar, edificar, abrandar os egos e exaltar o eu interior de cada ser, colocando-os na maior e mais transformadora energia conhecida e divulgada pelo Cristo, a frequência do amor.
Luz,
Gabriela Belo