terça-feira, 21 de abril de 2009

As Mulheres Mutiladas


As Mulheres Mutiladas

A Convenção Internacional Sobre os Direitos da Criança, assinada em Setembro de 1990 por dezenas de países, considera a circuncisão feminina um ato de tortura e abuso sexual que viola o direito de toda jovem de desenvolver-se física e psicosexualmente de modo saudável e normal.
Há quatro tipos dessa prática, sendo a remoção da parte superior do clítoris; a remoção completa do clítoris e de parte dos pequenos lábios; a remoção completa do clítoris e dos pequenos e grandes lábios e a suturação dos dois lados da vulva após a remoção do clitóris e dos pequenos e grandes lábios, sendo deixado um orifício pequeno para o fluxo menstrual. A idade da circuncisão pode ser desde os sete dias até quando se dá à luz pela primeira vez.
Na maioria dos casos, é o pai que paga para a realização da “cirurgia”, para que possa casar suas filhas com homens que não “aceitam” mulheres incircuncisas. O processo de mutilação é normalmente feito pelas mulheres mais velhas, de maneira dolorosa e horripilante, executado com instrumentos de corte como faca, tesoura, caco de vidro e navalha de barbear, não esterilizados e raramente com uso de anestesia. A ferida é tratada com cinzas ou lama com as meninas, em seguida, obrigados a sentar em um balde de água gelada. Imediatamente ocorre grave sangramento, e nas mais infelizes, ferimentos a órgãos vizinhos como a uretra e reto; infecção, tétano e até a morte. A maioria delas sofrerão dores durante as relações sexuais, dor crônica e infertilidade.
Muitas razões são dadas para a prática, no entanto, o objetivo principal é manter a mulher em submissão ao homem. A circuncisão impede a mulher de desfrutar do sexo na sua totalidade e sendo assim, terá uma vida sexual de completa resignação. Será mais dócil… dócil como os antigos eunucos… ou os porcos nos chiqueiros.
Seus defensores defendem o ato usando várias razões, como afirmar que ela é indispensável para garantir a fidelidade da mulher - a cada vez que o marido sai em viagem, ele realiza a infibulação na esposa e no seu retorno, ‘rasga’ os pontos; ou que mulheres não mutiladas podem ser consideradas inaptas para o casamento. Os religiosos dizem que mutilação garante a pureza da mulher, já que seus órgãos genitais contribuem negativamente para a sua formação e outros afirmam que ela implica na proteção da castidade e consequente valorização perante a comunidade. Alguns dizem que a prática é um ritual de iniciação de passagem para a idade adulta e, outros, que é uma forma de higiênização físico/espiritual, porque os órgãos genitais femininos exteriores são “sujos”.
Há cerca de 140 milhões de mulheres circuncidadas no mundo e mais três milhões de meninas com idades entre quatro e doze anos passam pelo procedimento a cada ano. Dados da UNICEF dão conta que, tradicionalmente, todas as mulheres da região do Golfo Pérsico foram mutilados e que a prática é comum na Guiné: 99%; Egito: 97%; Mali: 92%; Somália: cerca 90%; Sudão: 90%; Eritréia: 89%; Etiópia: 80% … Segundo a ONU, a mutilação feminina é praticada ainda em incontáveis países, como na Líbia, Moçambique, Angola, Malauí, Iraque, Jordânia, Síria, Argélia, Somália, Djibuti, Etiópia, Sudão, Quênia, Nigéria, Senegal, Gaza, Omã, Gâmbia, Burquina, Faso, Níger, Gana, Guiné Bissau, Guiné, Serra Leoa, Libéria, Togo, Camarões, Tanzânia, Chade, Burundi, Uganda.. sempre com justificativas variadas, como a sustentação da “Moral”, do “Caráter” e da “Seriedade” do “ homem” - ou a obediência à Lei de Deus.
Devido ao crescimento da imigração, em vários países do ocidente a mutilação genital vem acontecendo, como na Bélgica, Dinamarca, Grã-Bretanha, Noruega, Áustria, Suécia, Espanha e Estados Unidos - onde a prática foi proibida. Somente na Suíça vivem cerca de sete mil meninas e mulheres mutiladas.
A batalha contra essa prática ainda é difícil porque, além dela ser defendida como tradição cultural arraigada há séculos, defronta-se também com o medo e a reticência das mulheres. Muitas preferem perder a sexualidade e a vida antes de perder os privilégios concedidos somente àquelas que obedecem a sociedade patriarcal que domina o ambiente em que vivem. Hoje o maior amigo da mutilação da mulher é o silêncio, que reflete a força do tabu e do preconceito. Desde que a prática começou a ser divulgada, 16 países a constituíram como crime.

Vera L. Silva

8 comentários:

  1. NOSSA ESTOU HORRORIZADA,LENDO COMO É A PRÁTICA, VENDO AS FOTOS SENTI ATÉ AS DORES
    VOU DORMIR COM ISSO NA CABEÇA.

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  2. É complicado, isso ser chamado de cultura diferente, alguns nos Brasileiros chocamos com indios amozonicos enterrando crianças vivas, mas chmamos essa mutilaçõa barbara de "cultura diferente" o que podemos faser e temtar espalhar as imagens e o fato aos quatros ventos torcento para que alguem de poder tome alguma atitude, ja que a nos só resta protestar e passar a frente.

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  3. é horrivellll, tudo isso só para a mulher se sentir inferior ao grande homem. porque não cortam a pilinha deles também....

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  4. Essas mulheres precisam de apoio e educação,só assim esse abuso poderá acabar, ja vi coisas horriveis mas como essa é inadmissivel sei que existem governantes que podem ajudar, mas não se iteressam, porque é terceiro mundo, e se esquecem que somos todos iguais,fazemos parte do mesmo planeta, a minha única condição de ajuda fora espalhar a notícia por email, é orar para que a ajuda chegue até essas mulheres indefesas.

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  5. Parabenz pela sua ação se todos agissem assim barbaridades como essa não ficarima escondidas e impunes.

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  6. eu acho um absurdo ainda acontecer esse tipo de coisa em qualquer lugar que seja isso e um crime horrivel

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  7. estou HORRORIZADA diante de tamanha brutalidade contra a mulher não podemos ficar quietas diante disso temos que gritar nos unir nos movimentar para ajudar essas pobres crianças MEU DEUS ajude essas meninas mulheres vamos nos unir quero fazer alguma coisa para ajudar essas meninas vamos ACORDEM

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