terça-feira, 21 de abril de 2009
Os “Direitos Humanos” dos EUA
Os “Direitos Humanos” dos EUA
O Relatório Anual dos Direitos Humanos, publicado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos da América, provocou fortes críticas dos países que foram apontados como “violadores sistemáticos” de direitos humanos durante o ano de 2008. Divulgado em março deste ano, apresenta dados de 194 países e tece severas críticas aos que, de alguma forma, fazem oposição aos interesses da Casa Branca.
Mas vejamos os “direitos humanos” exercidos pelos EUA, no Iraque, por exemplo: Representante da Cruz Vermelha, Florian Westphal acusou que mais de 100 crianças estavam presas em 6 centros de detenção americanos no Iraque. Um relatório da CV afirmava que de 70 a 90% dos iraquianos detidos nessas prisões estavam ali “por engano”. Ou seja, eram inocentes.
Um programa de TV alemão destacou declarações de testemunhas que viram crianças serem torturadas, como o Sgto. Samuel Provance, que disse ter visto oficiais interrogando uma menina de 15 ou 16 anos: “A polícia militar parou de torturá-la apenas quando a jovem se encontrava semi-despida”. Noutro incidente descrito pelo sgto., um jovem de 16 anos foi mergulhado na água, levado ao gelado ar livre e depois jogado na lama”.
Seymour Hersh, repórter da New Yorker, revelou numa convenção universitária ter visto imagens e videotapes que a mídia americana não exibiu. “Com as câmaras ligadas, podíamos ver as crianças ser sodomizadas. O pior de tudo era ouvir seus gritos”. Disse Hersh, que descreveu a prisão como “um lugar replecto de crimes autorizados”.
Denúncias de abusos em Abu Ghraib e noutras prisões americanas foram tornadas públicas desde a aparição do Relatório Geral Taguba, até que relatórios anteriormente vetados foram liberados.
O U.S. News and World Report detalhou um dos 168 anexos num artigo chamado “O Inferno Na Terra”. Nele, o jornal diz que “onde os abusos tomaram parte, os arquivos mostram um caótico e perigoso ambiente criado pela pressão cada vez maior e constante por parte de Washington, para extrair informações dos detentos. Rebeliões, fugas, fuzilamentos, sanitárias deficientes, comida contaminada, surras e humilhações nos prisioneiros… é esse o resumo da vida diária nas prisões rstadunidenses no Iraque”.
As ordens para tratar os prisioneiros dessa forma não foram feitas pelas poucas “maçãs podres”, das quais os EUA fala na grande imprensa. O Brigadeiro Janis Karpinski, ex-comandante da prisão de Abu Ghraib e hoje bode-expiatório dos crimes cometidos ali, revelou memorandos solicitando e autorizando os abusos contra os prisioneiros iraquianos, assinados pelo Secretário de Defesa dos Estados Unidos da América, Donald Rumsfeld, que em 2003 prometeu uma “guerra curta e uma saída rápida do Iraque” - e que já dura 6 anos; , fez mais de 1 milhão de vítimas; csutou aos EUA R$ 2,150 trilhões - e uma crise financeira ao mundo.
William R.Pitt, no jornal português Aguaverde, qustionava desde o ano de 2005 em um editorial:” Nós invadimos um país baseados no falso argumento de que o Iraque estava aliado à Al Qaeda. Invadimos um país baseados numa falsificação de que nele haviam armas de destruição em massa que deveriam ser destruídas. Prometemos liberdade e democracia e, ao contrário, instalamos um brutamontes treinado pela CIA chamado Allawi, que pode ser tudo, menos democrata. Ele criou uma ditadura no Iraque, é acusado de matar guerrilheiros iraquianos com suas próprias mãos. Soldados americanos morreram para que tudo isso fosse concretizado. Matamos milhares de civis inocentes nas ruas das cidades iraquianas; atiramo-los para prisões que são verdadeiros infernos, onde eles são surrados, estuprados e mortos. A verdade foi escondida dos olhos dos cidadãos americanos porque nenhuma imagem dos abusos foi exibida. As imagens estão aí, e mostram o estupro e a tortura de crianças. Mas onde está a imprensa americana? Onde estão as fotografias? Quem são os responsáveis por essa ignomínia? Torturar crianças em nome da Paz - foi nisso que nos tornamos?” - pergunta, e eu respondo: Foi.
Foi, porque os EUA não desistem. Em seu Relatório, acusa de violações das liberdades individuais países como Cuba, Venezuela, China, Egito, Irã, Sri Lanka, Zimbábue, Armênia, Mauritânia, República Democrática do Congo, Chile e Bolívia, entre outros, mas se cala sobre Guantánamo, Abu Ghraib e Bagram; sobre a invasão ilegal do Iraque; sobre os bombardeios diários contra civis no Afeganistão e sobre o fornecimento de armas ilegais para Israel testar contra o povo palestino em Gaza, por exemplo.
Em seu relatório, os amigos são parabenizados e os “inimigos” são denunciados. Em resposta à ele, disse o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Hassan Qashqavi: “Os Estados Unidos, que são um dos principais violadores dos direitos humanos no mundo, não estão em posição de comentar nada sobre Direitos Humanos.” De fato, não estão.
Vera L. Silva
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