terça-feira, 21 de abril de 2009

O Senado Podre que Merecemos


O Senado Podre que Merecemos

A oposição conseguiu reunir (pela enésima vez?) o número mínimo de 27 assinaturas para a criação da CPI da Corrupção no Senado e, quiçá, terá finalmente sua própria operação ‘Mãos limpas, como na Itália, que extirpou de lá a ladroagem oficial, permitindo ao povo do país respirar tranqüilo, longe de empresários e políticos corruptos que empestavam o país.
Para citar apenas um exemplo, o Ministério Público Federal havia acusado o novo senador recém empossado, Roberto Cavalcanti/PRB, de corrupção ativa, estelionato, formação de quadrilha, uso de documentos falsos e crimes contra a paz pública e corrupção. Cavalcanti era suplente do senador José Maranhão/PMDB, empossado como governador da Paraíba, que perdeu o cargo acusado de corrupção e compra de votos.
Mas notícias do Senado brasileiro lê-se muitas: foi liberado R$ 1,19 milhão no orçamento para ressarcir despesas médicas e odontológicas de 45 ex-senadores e dependentes. Já os senadores em exercício do mandato gastaram juntos R$ 61,35 milhões em 2008.
Apenas com uma terceirizada, o senado pagou mais de 20 milhões para 337 funcionários - a empresa gastou 6 milhões, ou seja, teve 14 milhões de lucro. A empresa, a Ipanema Empresa de Serviços Gerais e Transportes Ltda, é uma das denunciadas pelo Ministério Público Federal por improbidade administrativa, acusada de participar de um esquema de fraudes licitatórias no Legislativo - e enquanto isso o Imposto de Renda do brasileiro cresceu 4,51% nos últimos anos, ao mesmo tempo em que a inflação ficou em 84% no período. Ou seja, o aumento do gasto das famílias com IR foi cinco vezes maior que a correção de preços, o que não foi problema para o diretor-geral do senado, o homem que cuida do cofre, Agaciel Maia, que usou o irmão e deputado João Maia/PR, para ocultar a propriedade de uma casa de 5 milhões de reais e, assim, fugir do Leão. Agaciel entrou no Congresso como datilógrafo no final da década de 70 e foi galgando postos até conseguir que fosse sua a principal assinatura em todos os cheques gastos pela Casa, no valor 2 bilhões e 700 milhões de reais anuais. Denunciado seu diretor, o senado continua na luta para descobrir quantos outros diretores a casa tem: se 42, se 100, se 150, se 181… mas nós, cidadãos brasileiros, devemos ter muita calma nessa hora e esperemos juntos com eles para sabermos - certo?
Até agora, o que se sabe de concreto (talvez) é que hoje trabalham mais de 13 mil pessoas ali, a maioria em cargos de confiança e que ainda querem contratar mais 2.864 pessoas. É que cada um desses cargos pode ser desdobrado em outros, de salários menores. Para entender a matemática da honrosa casa de Leis, leia-se: os ocupantes de vagas comissionadas não são submetidos a concurso público nem precisam apresentar grau de escolaridade. A única exigência é que atendam às expectativas do senador que o contrata e de seu gabinete. As resoluções autorizam, por exemplo, cada um dos gabinetes dos 81 senadores a contratar 88 servidores: 79 comissionados e 9 efetivos. Já os gabinetes extras, dos líderes e dos componentes da Mesa Diretora, podem empregar 92 servidores, 83 de confiança e 9 efetivos. O número de contratados aumenta na presidência do Senado, chegando a 194, 8 do quadro efetivo e 186 de confiança. O primeiro-secretário pode contratar 100 pessoas, 91 comissionados e 9 de confiança. Vale lembrar que quem elegeu esse 81 elementos, digo, senadores, fomos nós e mais ninguém!
Euzinha continuo sonhando acordada em ser contratada algum dia por algum senador como sua Aspone (Assessora de Porra Nenhuma). Mas quem sabe, né, num dia justo?

Vera L. Silva

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